Temas como moral e ética são vistos como chatos. Contudo, no mundo dos negócios, para pessoas que realmente pretendem ter sucesso e felicidade NO LONGO PRAZO, esses são assuntos cada vez mais pertinentes. Sendo assim, precisamos fazer três (DURAS) considerações.
1) Somos brasileiros, somos antiéticos. Sim, você também é!
Aquela velha máxima: o primeiro passo para resolver um problema é RECONHECER o problema. Não estou te julgando por ser antiético, é algo que está cravado na cultura brasileira há séculos. Não é culpa sua. Ou melhor, não ERA sua culpa. Agora que você tem consciência disso é sua culpa SIM, portanto trate de policiar seus atos de hoje em diante.
A verdade é que você só não pratica grandes corrupções como os políticos que você tanto condena por falta de oportunidades. Você pode achar que não (inclusive me “xingando” ao ler isso), mas a partir do momento que elas vão surgindo, nós brasileiros moldamos nossa mente para encontrar justificativas e “tolerar” nossas próprias atitudes. Justificativas existem para toda e qualquer atitude. O assaltante, por exemplo, tem a justificativa de “necessidade ou desigualdade social”, mas nem por isso ele está fazendo algo correto. Se você for até a cadeia e entrevistar os presidiários ali, garanto que a maior parte (se não todos) darão justificativas para seus atos.
“E se NINGUÉM ficar sabendo das coisas que eu fizer aqui?”
No Brasil, certas atitudes antiéticas, chegam a ser exaltadas equivocadamente como um ato de “esperteza”. Se você fura fila, estaciona em fila dupla ou em cima da calçada, avança o sinal vermelho, “rouba” wifi ou TV a cabo, falsifica carteira de estudante, compra produtos falsificados, já tentou subornar o guarda para evitar multas, cola na prova, bate o ponto para o colega, pede atestado médico para um amigo ou qualquer outra mínima atitude assim… Sim, você é antiético e corrupto! Faça uma autorreflexão e trate de assumir o problema.
Ok, as colocações acima podem não servir para uma minúscula minoria, mas provavelmente serve para você sim. Seja humilde, é hora de crescer como cidadão e ser humano. Ao invés de se ofender, procure absorver e evoluir. Seja diferenciado!
Com o AntiFrágil há grandes chances de você prosperar em condições financeiras e poder. Nesse caso, é preciso MAIS CUIDADO AINDA com suas atitudes, pois elas vão afetar inúmeras outras pessoas/famílias ligadas à você direta ou indiretamente. Lembre-se disso!
2) A Lava Jato, as redes sociais e a “ética forçada”
Com a Lava Jato (e demais ações do Ministério Público, Polícia Federal e outras instituições), em conjunto com as redes sociais que não deixam escapar NADA (eventualmente até “inventam” o que não existe – cuidado!), o brasileiro está percebendo que “malandro que é malandro, é honesto por malandragem“. Porque a empresa que faz tudo direitinho é mais valorizada na Bolsa; o profissional correto é mais bem visto nas redes sociais (e opinião pública); não queremos correr o risco de ser presos e de passar vexames. É uma verdadeira “ética forçada” enquanto for conveniente para mim e para meus negócios.
Um conceito discutido em ética que está escancarado no Brasil, é o de duplicidade moral (dupla face de Janus), em que a pessoa usa diferentes normas para o meio interno e externo.
Ou seja, as atitudes são julgadas de formas diferentes quando executadas por nós ou por outras pessoas. O exemplo clássico é dos judeus na antiguidade, em que era permitido cobrar juros de estrangeiros, mas não era permitido dentro da sociedade deles (pelo amor de Deus, sem interpretações dramáticas: nada contra os judeus ou qualquer outra crença/cultura).
Além disso, há pessoas que consideram mais valores morais (orientais) e outras que consideram mais o que está escrito na lei (ocidentais). São perfis culturais diferentes. O brasileiro é ambíguo, considera o que for conveniente para ele naquela situação. Por exemplo, em uma negociação, se o que está escrito no contrato e na lei é o que o beneficia, ele afirma que o correto é seguir o que está escrito à risca. Se não, ele tenta usar de valores morais como amizade ou “palavra” para tentar tirar benefício da negociação.
Clóvis de Barros Filho, explica bem as duas dimensões da ética:
3) Como nos policiar para agir de forma correta? E por que ser ético?
Pense assim: “E se tudo o que faço, nas 24 horas do meu dia, saísse nos jornais e todos ficassem sabendo (principalmente familiares e pessoas queridas)? E se nossos entes queridos que já se foram pudessem ver tudo que fazemos lá de cima? E se depois que nos formos deste mundo, todos puderem assistir à um vídeo retrospectivo de tudo o que fizemos em vida? Ainda assim eu estaria orgulhoso ou envergonhado?“.
Mário Sérgio Cortella aborda com maestria esse pensamento nesse vídeo:
No AntiFrágil estudaremos mais a fundo a ética nos negócios (no empreendedorismo, investimentos e negociações).
Lógico que muitas pessoas “atalham” seu sucesso através de atos antiéticos (ilícitos ou não).
Contudo, acredite que um dia a “conta chega”, tanto financeiramente quanto moralmente. Pode ter certeza que quanto maior a subida (e mais tempo demorar para a “farra” acabar), maior o tombo será.
Além de perder o lucro de anos de trabalho duro (mas incorreto), você pode se tornar uma “vergonha” para seu país, sua família e para o grupo AntiFrágil. Vale a pena? No curto prazo talvez sim, mas no médio/longo prazo não. É muito melhor ir no ritmo correto, podendo dormir tranquilo à noite.
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