O que você acha dessa nova onda de “acredite em você”? Será que de fato faz diferença ou é “balela de autoajuda”?
Quando falamos sobre características profissionais, como você se descreve? É mais ousado ou conservador?
Por um lado, há quem defenda que a única forma de conseguir algo é acreditando em você.
Por outro lado, há quem defenda que sinal de sabedoria/humildade é reconhecer suas limitações e sempre duvidar de qualquer afirmativa.
Afinal, quem está certo na prática (no mundo real)?
A reposta é: depende do contexto.
Sim, no mundo real (fora da internet, que é “terra de ninguém”), não existe receita de bolo universal para toda situação.
Muitas vezes lemos um conteúdo fragmentado (uma frase de alguém que foi dita dentro de uma fala muito maior, por exemplo) e não entendemos muito bem qual é o contexto daquilo que está sendo dito.
Vamos entender como se posicionar da melhor forma na prática!
Perceba suas próprias limitações e desconfie de você mesmo, sempre.
E quando o assunto é dinheiro? Você não pretende perder nenhuma parte desse dinheiro se arriscando demais?
Primeiro questionamento: qual o nível dos envolvidos no contexto?
Veja a seguir algumas questões interessantes que você pode fazer antes de chegar a conclusões:
- Qual nível e estágio aquela pessoa está (financeiro/intelectual)?
- Qual é o público com quem a pessoa está falando (leigo ou avançado)?
O posicionamento de um empreendedor começando agora certamente deve ser (ou deveria ser) totalmente diferente de um investidor que já tem um patrimônio enorme, por exemplo.
Sim, você deve mudar no meio do caminho, e se adaptar a novas realidades. Isso não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria.
É muito comum vermos empreendedores que crescem muito, mas continuam tomando riscos desnecessários e perdem tudo.
Ou seja, não souberam se adaptar à nova realidade. Um comportamento que na situação do passado foi importante, hoje pode não fazer sentido mais.
CENÁRIO A: ESTÁ COMEÇANDO SUA TRAJETÓRIA.
Precisa acreditar em você sim. É apenas um pré-requisito essencial, mas que não garante nada.
Ou seja, se você não acreditar em você, é praticamente certo que não vai virar nada mesmo.
Se você acreditar, começam a existir chances, mas só isso não garante nada.
Além disso, no início, você tem downside pequeno e upside grande, ou seja, pouco a perder e muito a ganhar.
A sua “Matriz de pay-off” é interessante, pois temos essa assimetria com o downside bem menor que o upside,
Dessa forma, você pode concentrar risco, esforço e foco em alguma coisa apenas. Saiba que isso é mais arriscado, mas é assim que se cresce.
CENÁRIO B: JÁ CONSTRUIU UM PATRIMÔNIO SIGNIFICATIVO.
Nessa fase, já passa a ser importante “duvidar de você”. Por quê?
O fato é que, naturalmente, com conquistas pessoais, adquirimos uma autoconfiança enorme.
Ou seja, acreditar em você normalmente já não é mais um problema.
Agora temos outro problema: ficar cego para as mudanças e necessidades de adaptar a novas realidades.
Além disso, agora você tem “muito a perder”. Ou seja, precisa adicionar um grau de racionalidade a fim de proteger seu patrimônio de perdas por atitudes irracionais.
Segundo questionamento: contexto de investidor ou empreendedor?
Sim, novamente você deve se adaptar a contextos diferentes se quiser ter sucesso em ambas as áreas.
O comportamento quando você está com “chapéu” de investidor é diferente de quando você está com “chapéu” de empreendedor.
Por esse motivo, também é muito comum vermos empreendedores muito bem-sucedidos sendo malsucedidos no mundo dos investimentos. E vice-versa.
Quando digo como “investidor” é qualquer situação em que você use seu capital disponível para crescer seu patrimônio no futuro ou gerar renda extra (seja através de juros, lucro, ganho de capital, dividendo ou aumento de patrimônio).
Quando digo como “empreendedor” é qualquer situação em que você está agindo para fazer uma organização funcionar e gerar valor para outros (seja como empresário, executivo dentro de uma empresa ou profissional autônomo).
CENÁRIO C: “CHAPÉU DE EMPREENDEDOR”
Normalmente o empreendedor de sucesso é uma pessoa de atitude, que corre risco.
É o típico perfil ousado, aquele que toma providências todos os dias.
É impaciente e inquieto no curto prazo, apesar de ter visão de longo prazo. Está diariamente fazendo mudanças e ajustes.
Ou seja, o empreendedorismo vai “premiar” os insatisfeitos e os que tomam mais atitudes.
Do ponto de vista de acreditar em você, aqui é muito importante que você faça isso, principalmente no início. Quando estiver ficando muito grande, pode começar a duvidar.
CENÁRIO D: “CHAPÉU DE INVESTIDOR”
Aqui acontece exatamente o contrário na maior parte dos casos (reais) de sucesso.
O universo dos investimentos vai “premiar” aqueles que tiverem poucas atitudes.
O investidor de sucesso tem paciência e prudência. Não toma muitos riscos irracionais.
Ele pode até tomar risco, no entanto, existem formas certas de se arriscar e não é algo que faz parte da rotina diária.
Observação importante: não confunda posição de investidor com posição de “empreendedor” que possui empresa de investimentos.
Nesse caso, você pode ver pessoas de sucesso assumindo posicionamentos ambíguos e ficando confusos. Quando o investidor está cuidando da sua gestora de investimentos, por exemplo, ele está com o “chapéu de empreendedor”.
O Henrique Bredda (Gestora Alaska), por exemplo, no seu dia a dia como empreendedor, certamente tem comportamentos mais ousados do que quando está fazendo a gestão de fato dos investimentos.
Eu vejo pessoalmente meu parceiro Diego Siqueira, CEO da TG Core Asset, diariamente com posturas completamente diferentes quando está cuidando do crescimento da empresa (mais agressivo) ou quando está tomando decisões em relação aos investimentos dos fundos (muito mais prudente).