
A Zamp, empresa dona das redes de fast-food Burger King e Popeyes, publicou nesta quarta-feira um fato relevante, recusando a oferta pública voluntária de aquisição de ações feita pelo Mubadala Capital, por meio da MC Brazil F&B Participações. A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração, pautada em um parecer de analistas contratados para avaliar a proposta.
Segundo os assessores financeiros, a oferta não era equivalente ao valor da companhia. Dessa forma, dos sete integrantes do Conselho, apenas um se absteve e os demais votaram contra a aquisição dos 124,3 milhões de papéis ordinários pelo Mubadala.
No dia 1º de agosto, o fundo Mabudala Capital, de Abu Dhabi, fez uma oferta pública por uma fatia de 45,15% da Zamp, a preço de R$ 7,55 por ação, valor que representava prêmio de 21,6% sobre a cotação de fechamento das ações de emissão da companhia no pregão de 29 de julho de 2022.
Essa seria uma forma de o Mubadala, que já atua em outros segmentos no país, ingressar no setor de comércio e serviços. Na época, a oferta fez as ações da Zamp dispararem mais de 18% na Bolsa, chegando a R$ 7,39.
Porém, no parecer aprovado pelo Conselho para justificar a decisão, foi apontado que o valor das ações deveria estar no intervalo “entre R$9,96 e R$13,47 nesta data, com ponto médio de R$11,72, valores superiores ao Preço por Ação da Oferta”.
Além disso, o documento argumenta que o negócio poderia ter efeito sobre a liquidez das ações da companhia na Bolsa ao torná-la uma empresa com controlador definido, o que a afasta do regulamento do Novo Mercado da B3. O texto ainda alerta para o risco de o novo controlador tomar decisões contrárias aos interesses dos minoritários.
“Os interesses do potencial novo atual acionista controlador podem ser conflitantes com os interesses dos demais acionistas”, diz o parecer, mencionando o risco de um sócio controlar a maior parte das cadeiras do conselho e decidir isoladamente temas como “operações com partes relacionadas, reorganizações societárias, venda de todos ou substancialmente todos os ativos, assim como determinar a distribuição e pagamento de quaisquer dividendos futuros.
“Assim, o acionista controlador da Companhia poderá ter interesse em realizar aquisições, alienações de ativos, parcerias, busca de financiamentos, ou tomar outras decisões que podem ser conflitantes com os interesses dos demais acionistas e que podem não resultar em melhorias nos seus resultados operacionais, causando um efeito relevante adverso para a Companhia”, diz outro trecho do documento.
De acordo com a oferta pública, o conselho teria 15 dias para se manifestar. O leilão na B3 está marcado para 15 de setembro.
O EXTRA não conseguiu contato com o Mubadala.
Por Extra
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