A Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), ou Ata do Copom, cita ‘incertezas nos cenários’ atuais e faz menções ao cenário fiscal como um ponto relevante para as decisões recentes do Banco Central (BC). O documento oficial foi divulgado nesta terça-feira (13), e se refere à última reunião da autoridade monetária, que terminou no dia 7 de dezembro e decidiu pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75%.
Como consta na Ata do Copom, dentro da discussão da política monetária foram destacados os leves aumentos nas projeções de inflação.
O documento mostra que desde a última reunião do Copom a mediana das expectativas de inflação do Boletim Focus teve leve aumento para 2023 mas, no que diz respeito a 2024, é vista uma preocupação maior, dada as expectativas de uma inflação mais alta.
“A incerteza sobre a dinâmica fiscal futura e suas consequências sobre a dinâmica de inflação foram discutidas, e julgou-se que a conjuntura incerta requer serenidade na avaliação desses riscos”, consta na Ata.
Stephan F. Kautz, economista-chefe da EQI Asset, destaca que as discussões com foco no fiscal eram esperadas, dado o cenário recente.
“Ele [o Copom] trouxe um ponto de atenção mais forte em relação a esse assunto, mencionando em um parágrafo exclusivo com simulações e debates internos que eles tiveram sobre esse assunto, e mostrando um pouco do que seria o papel do BC em um cenário de deterioração fiscal”, comenta.
“O Comitê menciona que atualmente já temos um hiato mais reduzido e uma dívida mais alta, e então uma expansão fiscal muito agressiva poderia levar a uma dúvida sobre a sustentabilidade da dívida e/ou um estímulo à atividade que pudesse fazer a inflação voltar a subir”, completa.
Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, também aponta que a Ata do Copom veio em linha com o esperado pelo mercado.
“O risco inflacionário por conta de um fiscal mais frouxo com certeza vai trazer problemas inflacionários e provavelmente o BC vai atuar em cima da resposta dos preços em função dessa política expansionista. Fica muito claro na ata o destaque para as preocupações em relação ao fiscal e expectativas para 2023 e 2024”, comenta.
Segundo o especialista, o mercado já esperava esse tom mais duro com relação à condução da política monetária.
Por Suno
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